CE aprova obras de Torquato Neto como manifestação cultural nacional
Fonte e foto: Agência Senado
As obras do poeta, compositor, cineasta e jornalista piauiense Torquato Neto serão reconhecidas como manifestação da cultura nacional. A Comissão de Educação e Cultura (CE) aprovou nesta terça-feira (24) projeto que promove o reconhecimento. De autoria do deputado Flávio Nogueira (PT-PI), o PL 597/2021 foi relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI) e agora segue para sanção.
De acordo com o relator, os poemas de Torquato Neto “demonstram grande liberdade de pensamento e de forma, razão pela qual consideramos justo que se reconheçam como manifestação da cultura nacional as obras de Torquato Neto”.
Torquato Pereira de Araújo Neto nasceu em Teresina em 1944. Em 1961 mudou-se para Salvador, onde conheceu Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. A partir de 1963, no Rio de Janeiro, formou com esses e outros artistas, como Capinam e Tom Zé, o movimento tropicalista, que fundia referências de gêneros musicais diversos, como a bossa nova, o rock e ritmos regionais.
Entre suas primeiras letras está Louvação, lançada inicialmente por Elis Regina e, posteriormente, pelo seu coautor, Gilberto Gil, em 1967. Nos anos seguintes, compôs letras como Geleia Geral, Mamãe, Coragem e Pra Dizer Adeus, musicadas por Gil, Caetano Veloso e Edu Lobo, respectivamente.
Em 1968, após a prisão de Caetano e Gil, resolveu deixar o Brasil. Depois de um ano morando em Londres e Paris, retornou ao Rio de Janeiro.
Entre 1970 e 1972, Torquato atuou nos filmes Nosferatu no Brasil e A Múmia Volta a Atacar, de Ivan Cardoso, além de Helô e Dirce, de Luiz Otávio Pimentel. Entre 1971 e 1972, redigiu a polêmica coluna “Geleia Geral”, no jornal carioca Última Hora. Nesse espaço, militou pelo cinema marginal e pelos direitos autorais e combateu o Cinema Novo e a música comercial.
Torquato Neto morreu em 1972, no Rio de Janeiro.